Manual de boas práticas para ajudar alunos com insucesso escolar

"Jovens de Futuro” é o título de novo manual destinado a divulgar as boas práticas que podem ajudar crianças e adolescentes com problemas de insucesso escolar associados ao contexto socioeconómico em que vivem.

O livro espelha o trabalho desenvolvido, desde 2008, em 10 concelhos pelos Empresários pela Inclusão Social (EPIS), que têm apoiado milhares de crianças e adolescentes no percurso escolar.
Agora, a EPIS defende a criação de uma plataforma eletrónica nacional que sinalize os casos de risco e as taxas de resolução.
Ao fim de três anos no terreno, os empresários constataram que o sistema existente funciona "muito em roda livre", com falta de articulação entre as diferentes entidades envolvidas, e manifestam-se disponíveis para colaborar com o Governo na criação de uma rede de reencaminhamento de jovens com problemas de insucesso escolar, associados ao contexto socioeconómico em que vivem.
"O nosso grande objetivo é que essa experiência possa ser transformada num sistema ou numa base de dados ou site, a nível nacional, porque existe muita falta de informação centralizada destes casos e destes fatores de risco", declarou.
"Sobretudo, não há um sistema que permita formas de acompanhamento e controlo, de avaliação destes casos, que são graves, a nível nacional, sustentou o coautor do livro.
Para Diogo Simões Pereira, existe uma entidade - a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens - que "poderia ter eventualmente um sistema informático que ajudasse, por um lado, a comunicação da sinalização a ser mais rápida", mas depois haver controlo das taxas de resolução.
"Gostaríamos muito de poder participar num projeto dessa natureza e a EPIS estaria também disponível para investir e para apoiar o Estado", avançou.
Rede de mediadores para o sucesso escolar
A EPIS tem já a experiência de uma rede de mediadores para o sucesso escolar, constituída por 40 elementos, que trabalham a tempo inteiro nas escolas com alunos de risco previamente identificados, sobretudo no 3.º Ciclo, quando se verifica o maior perigo de retenção e abandono escolar.
"Trabalhamos com os jovens para melhorarem e medimos as notas todos os períodos", explicou, acrescentando que são envolvidos neste processo os parceiros locais.
No livro, com prefácio do ex-ministro da Educação David Justino, são incluídos dados estatísticos sobre a escolaridade em Portugal e casos reais de alunos abrangidos pelo projeto.
Entre 2007 e 2010, o projecto passou por 88 escolas e cerca de 30.000 alunos.
De acordo com David Justino, a criação da EPIS foi, em 2006, "uma das mais marcantes respostas ao desafio lançado pelo presidente da República visando um compromisso dos portugueses para a inclusão social".
Além de Diogo Pereira, assinam o livro Paulo Nossa, José Manuel Canavarro, Rita Vaz Pinto e Luísa Mantas.
Os autores consideram que, perante a deteção de cenários de elevado absentismo escolar, os mecanismos colocados ao dispor da escola são "morosos e de reduzida eficácia".

Não tem braços mas é massagista olímpica

Nasceu sem braços mas fez dos pés os seus maiores aliados, numa longa caminhada no universo da massagem profissional. Aos 49 anos, Sue Kent conseguiu alcançar o seu sonho: ser massagista olímpica oficial. Com os pés.
Esta é daquelas histórias que merecem ser contadas. Não porque Sue seja uma "aleijadinha", como tanta gente lhe chamou ao longo da sua infância, mas sim porque é uma vencedora mesmo sem levar medalhas para casa. Um daqueles exemplos em que toda a gente que gosta muito do queixoso "vai-se andando" devia pôr os olhos.
Sue tem dois filhos e é uma profissional de sucesso. Embora nos Jogos Paralímpicos nos tenhamos habituado a ver deficientes no estrelato, desta vez chega-nos um exemplo de como a imaginação, aliada à perseverança, podem mudar a vida de alguém que nasceu, à partida, condenado a ser diferente.

"Nunca me senti uma coitadinha"


Lembro-me de há uns anos ter entrevistado alguns dos nossos maiores campeões. Todos multimedalhados, todos deficientes. Não ganhavam ordenados do género Cristiano Ronaldo... Aliás, muitos deles pagavam para ser atletas de alta competição, com apoios mínimos do Governo do país cuja bandeira foi hasteada ano após ano graças ao seu esforço. O litro deram-no por satisfação pessoal.

Recordo a nadadora Leila Marques , que se desdobrava entre o curso de Medicina e as três horas de treino diárias... com um braço a menos. Trouxe-nos o bronze no Campeonato do Mundo. Recordo também a boa-disposição de Bento Amaral , que ficou tetraplégico aos 25 anos a fazer uma carreirinha no mar e voltou a "encontrar a liberdade" com a vela adaptada. Categoria em que se sagrou campeão mundial, ao mesmo tempo que dava aulas e era chefe de Câmara dos Provadores do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto.

Teria sido mais fácil (ou não) ficar sentado no sofá a dizerem mal da vida que os presenteou de forma tão ingrata. Teria sido até legítimo que perdessem a vontade de tentar dar a volta. Mas não foi isso que fizeram. Tal como Sue, que não se resignou e contornou os seus obstáculos.
Não quero com este texto ser melodramática ou puxar ao sentimento com histórias que realmente podiam fazer parte de um filme, mas que são da vida real. Que podia ser a minha ou a de quem quer que esteja a ler estas palavras agora. Os tempos são cinzentos, é certo, mas paremos de nos queixar por tudo e por nada. Condenarmo-nos ao mundo da inércia parece-me um erro. Com uma fatura demasiado cara para pagar no futuro.
Paula Cosme Pinto

2ª Edição do Curso de Formação - As TIC e as Tecnologias de Apoio na Educação de Alunos com NEE

No ano de 2011 realizou-se na Universidade de Aveiro, a primeira edição do Curso de Formação "As TIC e as Tecnologias de Apoio na Educação de Alunos com Necessidades Educativas Especiais" que recolheu um grande número de candidaturas e obteve uma excelente taxa de sucesso.

Deste modo, o Departamento de Educação da Universidade de Aveiro, em colaboração com a Ludomedia realiza a 2ª Edição do Curso de Formação “AS TIC E AS TECNOLOGIAS DE APOIO NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS”.

Este curso de formação, de carácter prático, aborda diferentes perspetivas da utilização das TIC e Tecnologias de Apoio na Educação de Alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE).

É dirigido a todos os docentes de ensino Pré-escolar, 1º, 2º e 3º CEB e Secundário, Terapeutas, Psicólogos e outros Técnicos ligados à educação de alunos com NEE.

Abrange um leque diversificado de soluções tecnológicas (na sua maioria gratuitas) para o apoio a alunos com problemas de aprendizagem dos diferentes níveis de ensino básico, sendo abordadas soluções para apoio de alunos com limitações funcionais a nível da mobilidade, sensorial e cognitivo, bem de alunos com dificuldades de aprendizagem, sobredotação, risco social e baixo rendimento escolar.

Este curso, a realizar nos meses de Março e Abril, tem duração de 34 horas presenciais e trabalho online autónomo. O horário presencial desenrolar-se-á em módulos de 4 horas que terão lugar nas manhãs dos sábados.

O Curso de Formação AS TIC E AS TECNOLOGIAS DE APOIO NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS é acreditado pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua com o número CCPFC/ACC-65625/11 e sua conclusão com aproveitamento atribui 1,4 créditos.

A frequência do curso é limitada a 20 vagas. A inscrição tem o valor de 140 euros e deve ser realizada através do preenchimento do
seguinte formulário até ao dia 24 de Fevereiro de 2012.

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO 

Antes de proceder à sua candidatura leia com atenção o regulamento e folheto informativo do curso.


        

 Mais informação, aqui.

Formação nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicação, Braile, Orientação e Mobilidade

A ACAPO, Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, através do Departamento de Apoio ao Emprego e Formação Profissional (DAEFP), vai promover no 1º semestre de 2012, diversos cursos de formação, nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicação, Braile, Orientação e Mobilidade dirigidos à comunidade em geral, nas cidades de Braga, Coimbra, Lisboa e Porto.


Os programas dos cursos e outras informações adicionais podem ser consultados através do link http://www.acapo.pt/
In: INR

Dislexia: Designer cria tipografia que facilita leitura

Um designer holandês criou um tipo de letra especial destinado a tornar mais fácil a vida das pessoas que sofrem de dislexia. Chama-se "Dyslexie" e, de acordo com um estudo independente, funciona mesmo.

Christian Boer, que é, também ele, disléxico, começou a desenvolver o projeto enquanto ainda estudava, em 2008. O primeiro passo foi tentar otimizar a tipografia de uma forma que fosse eficaz consigo próprio e, depois de o ter conseguido, recrutou outros oito disléxicos desconhecidos para o ajudar.

Durante a segunda fase do processo, convidou-os a ajudá-lo a redefinir o formato das letras até que a leitura se tornasse, efetivamente, mais fácil e, antes de o conseguir, precisou de muitas e muitas horas de trabalho.

"Posso dizer que trabalhei na vírgula durante quatro horas e, para aperfeiçoar a letra 'a' foram necessárias mais de 12 horas', contou o designer à Co.Design, evidenciando o esforço por trás de cada uma das letras e sinais de pontuação.

Uma das características mais marcantes deste tipo de letra é um "peso" extra, acrescentado às suas pontas de modo a torná-las mais carregadas, o que, segundo Boer, auxilia na experiência de leitura.

A nova tipografia foi testada através de um estudo independente da Universidade de Twente, na Holanda, e mostrou ser bastante funcional: 21 alunos foram sujeitos à leitura de textos escritos neste tipo de letra e, ao fazê-lo, observou-se que cometiam menos erros.

"Espero conseguir ajudar os disléxicos, de modo a que a luta diária nesta sociedade de informação seja um pouco menos dura", acrescentou Boer. De acordo com o criador desta nova tipografia, a "Dyslexie" não é "uma cura, mas pode funcionar como uma espécie de cadeira de rodas".


In:

Computadores, tablets e videojogos ajudam crianças autistas a comunicarem

A dificuldade em comunicar é um dos problemas que mais afecta pessoas com autismo. Não conseguir dizer o que se quer ou até mesmo expressar um sentimento pode causar uma enorme frustração. Mas as novas tecnologias trazem uma nova esperança a autistas e suas famílias.


 


in: SIC Noticias

Definição de autismo está a ser revista e poderá reduzir número de diagnósticos

O autismo, uma perturbação do desenvolvimento que se manifesta normalmente durante a infância, passou de uma doença quase desconhecida a um “surto” de diagnósticos. Motivo que está a levar a Associação Americana de Psiquiatria a reformular a definição de autismo e de outras patologias do mesmo espectro. A mudança deverá traduzir-se numa redução do número de diagnósticos – o que segundo os especialistas pode ser um passo positivo. Porém, a ser assim, os apoios escolares que dependem deste diagnóstico também ficariam em causa. 
Problemas na interação social, atrasos no desenvolvimento da linguagem, comportamentos repetitivos e adesão inflexível a rotinas são apenas alguns dos pontos que atualmente fazem parte dos critérios de diagnóstico do autismo ou de outras patologias do mesmo espectro. Mas a variedade de sintomas e formas de manifestação são tão diversas que o autismo ou outras perturbações mais ligeiras, como a Síndrome de Asperger, esbarram em dois problemas: ou não são reconhecidos pelos médicos ou são diagnosticados sem haver um quadro clínico que o justifique.
As principais linhas orientadoras para a nova definição – que será concluída até final de 2012, no âmbito da quinta revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais, que serve de referência mundial – foram apresentadas na quinta-feira num encontro da Associação Médica da Islândia e passam por abolir a palavra “autismo” ou “Asperger”, falando-se só em “perturbações do espectro do autismo” (...). 
O problema é que os critérios passam a ser mais apertados para separar o “pouco usual” de uma verdadeira “perturbação”, e as crianças têm obrigatoriamente de apresentar, por exemplo, dois comportamentos repetitivos (um dos estereótipos mais associados a este distúrbio mas que nem sempre estão presentes).
(...) a pedopsiquiatra portuguesa Áurea de Ataíde, explica que, na prática clínica, existe desde “há muito o conceito de ‘perturbações do espectro do autismo’”. Há também, prossegue a mesma médica, dificuldades em distinguir as várias perturbações, “principalmente quando se trata de crianças muito pequenas”. Por isso, a redefinição do conceito – que irá demorar um ano – poderá vir a facilitar a vida dos médicos. 
Por outro lado, a especialista salienta que “a eterna dificuldade em Psiquiatria em estabelecer a linha entre o que é invulgar e o que é perturbação vem talvez ser acentuada pelo desaparecimento das diferentes categorias atualmente existentes, nomeadamente da Síndrome de Asperger, na qual se enquadram muitos dos casos em que as capacidades cognitivas, de linguagem e nível de funcionamento” são menos afetadas.
Áurea de Ataíde defende, assim, que o mais importante é uma aposta num diagnóstico precoce bem feito e com a colaboração de pais e educadores para, se necessário, se poder começar uma intervenção especializada, da qual “depende a evolução e o prognóstico das alterações”. Mas alerta, também, que o trabalho deve ser cauteloso: “Não podemos esquecer que pode ser muito grave para uma família a realização ‘leviana’ de um diagnóstico como este, que tem um peso emocional, familiar e social importantíssimo”.
Na sequência do encontro da Islândia, foi dado a conhecer um estudo da Universidade de Yale que estima que o número de pessoas que reúnem os critérios para um diagnóstico do espectro do autismo seja reduzido para metade, o que pode ter sérias implicações nos apoios sociais às famílias, em especial para as crianças em idade escolar. No caso concreto dos Estados Unidos, onde a maior parte da população depende de seguros privados de saúde, a mudança poderá ter impactos desastrosos nas famílias, que verão as suas apólices recusarem apoios a terapias de crianças com necessidades especiais mas sem o nome autismo. Atualmente, estima-se que naquele país uma em cada 100 crianças tem um diagnóstico do espectro do autismo. Catherine Lord, da Associação Americana de Psiquiatria, citada por diferentes jornais americanos, garantiu que o único objetivo é clarificar os casos e que ninguém deixará de ter ajudas.
Áurea de Ataíde assegura que a situação em Portugal é muito diferente, por que existe um sistema público de saúde e de educação. A especialista concretiza que em Portugal não é necessário o nome “autismo” para conseguir que uma criança tenha apoio na escola e que consegue encaminhar, por exemplo, casos de défices de atenção, apesar de se assistir a alguma “estagnação” nos recursos disponíveis e haver “um longo caminho a percorrer”, sobretudo no que diz respeito a assimetrias nacionais. Uma opinião corroborada pela presidente do conselho executivo da Federação Portuguesa de Autismo, Isabel Cottinelli Telmo, que considera “necessária” a mudança do conceito de autismo, para não se cair em “diagnósticos empolados” quando se incluem “todas as pessoas excecionais ou com idiossincrasias por exemplo na Síndrome de Asperger”. Sobre a realidade portuguesa, a mesma responsável lamenta que não existam estudos epidemiológicos nacionais, mas acredita que os números são inferiores aos dos Estados Unidos. Para Isabel Cottinelli Telmo “o que interessa são as necessidades das pessoas, mais do que os rótulos”.
 
In: Público online

Martim precisa do teu apoio para consultas de especialidade e apoio técnico

Olá, eu sou o Martim, tenho 3 anos e preciso da tua ajuda para continuar a sobreviver.
Faço 10 horas de diálise por dia, tomo 18 medicamentos, alimento-me por sonda e ainda não ando.
Os meus pais para continuarem a ajudar-me precisam do teu apoio urgentemente, para contactar uma clínica noutro país especialista em Síndrome Nefrótico tipo Finlandês e para ajudas técnicas.

Junta todas as tampinhas de plástico de garrafas, garrafões, detergentes, champô, pasta de dentes, etc. e entrega-as na nossa escola.




PRECISO DE SEIS TONELADAS





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Saiba o que são deficiências

A deficiência é tão antiga quanto a humanidade. Ao longo dos tempos, desde a pré-história até hoje, as pessoas sempre tiveram que decidir qual atitude adotar em relação aos membros mais vulneráveis da comunidade que precisavam de ajuda para obter alimento, abrigo e segurança, como as crianças, os velhos e as pessoas com deficiência.


Quando pensamos em quem são as pessoas com deficiência, imediatamente pensamos naquilo que as torna diferentes das demais, isto é, obviamente, a própria deficiência. É, portanto, a partir do conceito que a deficiência tem para nós que vamos nos posicionar frente às pessoas com deficiência.


Se você considerar a deficiência como uma desgraça, provavelmente vai sentir pena de uma pessoa com deficiência.


Mas você pode pensar diferente se considerar a deficiência como uma característica como outra qualquer e considerar que as dificuldades que ela enfrenta são o resultado do ambiente despreparado para recebê-la. A tecnologia moderna é uma prova de que isto é verdade. Uma pessoa com deficiência pode não conseguir subir uma escada, mas se houver um elevador ou uma rampa, ela vai estar em pé de igualdade com as outras pessoas, não é mesmo?


No Brasil, há definições médicas sobre o que é a deficiência. É importante que você as conheça, para saber como lidar com elas.


Deficiência física: Alteração completa ou parcial dos membros superiores (braços) e/ou inferiores (pernas), acarretando o comprometimento da função física. Ter uma deficiência física não significa ter um rebaixamento intelectual. Muitas pessoas fazem esta confusão. É importante saber fazer esta diferença para não ignorar o potencial desta pessoa. Geralmente, com algumas adaptações ela conseguirá acompanhar os colegas.


Deficiência auditiva: Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando em graus e níveis, desde uma perda leve até a perda total da audição. Pode-se trabalhar com os resíduos auditivos nas atividades educacionais, através do uso de aparelhos auditivos, que amplificam o som da sala de aula, por exemplo.


Deficiência visual: abrange desde a cegueira até a visão subnormal (ou baixa visão), que é uma diminuição significativa da capacidade de enxergar, com redução importante do campo visual e da sensibilidade aos contrastes e limitação de outras capacidades. Logo, que a deficiência é constatada, existem técnicas para trabalhar o resíduo visual nas atividades educacionais, na vida cotidiana e no lazer. Usando auxílios ópticos (como óculos, lupas etc.) as pessoas com baixa visão distinguem vultos, a claridade, ou objetos a pouca distância. A visão se apresenta embaçada, diminuída e restrita em seu campo visual ou prejudicada de algum modo.


Deficiência mental [1]: Segundo a definição adotada pela AAMR (American Association of Mental Retardation – Associação Americana de Deficiência Mental) [2], a deficiência mental é um “funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, coexistindo com limitações relativas a duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas: comunicação, auto-cuidado, habilidades sociais, participação familiar e comunitária, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, de lazer e trabalho. Manifesta-se antes dos dezoito anos de idade.”


O aluno com deficiência mental tem um potencial, que pode ser estimulado na sala de aula e através do convívio com outros alunos. Muitas pessoas confundem a deficiência mental com a doença mental (esquizofrenia, paranoias e outras), o que não é correto. São fenômenos completamente diferentes. A pessoa com deficiência mental não tem surtos, não tem ataques e não tem convulsões. É perfeitamente possível conviver com ela.


Deficiência múltipla: é a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias mental / visual / auditiva / física), com comprometimentos que acarretam consequências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa


Surdocegueira: é uma deficiência única que apresenta as deficiências auditiva e visual juntas em diferentes graus. A pessoa surdocega pode desenvolver diferentes formas de comunicação para entender e interagir com as pessoas, com o meio ambiente e ter acesso a informações e a uma vida social com qualidade. Para sua autonomia, a pessoa surdocega precisa de um guia-intérprete para sua orientação e mobilidade, educação e trabalho.


A surdocegueira não significa, necessariamente, que a pessoa seja totalmente cega ou surda. Podem existir resíduos visuais (baixa visão) e resíduos auditivos funcionais, suficientes para escutar uma conversação, especialmente quando é usado um aparelho auditivo.


Existem duas formas de classificar a surdocegueira:


• Surdocego pré-linguístico: crianças que nascem surdocegas ou adquirem a surdocegueira nos primeiros anos de vida, antes da aquisição de uma língua;
• Surdocego pós-linguístico: crianças, jovens ou adultos que apresentam uma deficiência sensorial primária (auditiva ou visual) e adquirem a outra após a aquisição de uma língua (Português ou Língua de sinais), ou quando ocorre a aquisição da surdocegueira sem outros precedentes.


Como se comunicar com as pessoas surdacegas?


Geralmente, usa-se o alfabeto digital, formado pelos dedos. A pessoa que se comunica com o surdocego forma as palavras, letra por letra, na mão da pessoa com deficiência. Se não souber falar, o surdocego usa o mesmo método para se comunicar.


Para surdocegos que ficaram deficientes depois de terem sido alfabetizados, a variante desse sistema é “escrever” (como se fosse num papel) sobre o braço ou a mão do surdocego. Parece muito complicado; no entanto os surdocegos se comunicam rapidamente e com muita eficiência usando esses sistemas.


In:
Filhos&Cia

EPIS quer ajudar o Estado a criar sistema que sinalize alunos em risco

Os Empresários pela Inclusão Social (EPIS), que têm apoiado milhares de crianças e adolescentes no percurso escolar, defendem a criação de uma plataforma eletrónica nacional que sinalize os casos de risco e as taxas de resolução.

Ao fim de três anos no terreno constataram que o sistema existente funciona “muito em roda livre”, com falta de articulação entre as diferentes entidades envolvidas, e manifestam-se disponíveis para colaborar com o Governo na criação de uma rede de reencaminhamento de jovens com problemas de insucesso escolar, associados ao contexto socioeconómico em que vivem.

A ideia foi transmitida à agência Lusa pelo diretor-geral da EPIS, Diogo Simões Pereira, na véspera do lançamento do livro “Jovens de Futuro”, um manual destinado a divulgar boas práticas que podem ajudar estes alunos a “conquistar o futuro”.

O livro espelha o trabalho desenvolvido em dez concelhos, desde que em 2008 a associação montou um sistema de sinalização dos alunos a precisar de ajuda.

“O nosso grande objetivo é que essa experiência possa ser transformada num sistema ou numa base de dados ou site, a nível nacional, porque existe muita falta de informação centralizada destes casos e destes fatores de risco”, declarou.

“Sobretudo não há um sistema que permita formas de acompanhamento e controlo, de avaliação destes casos, que são graves, a nível nacional, sustentou o coautor do livro.
Para Diogo Simões Pereira, existe uma entidade – a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens – que “poderia ter eventualmente um sistema informático que ajudasse, por um lado, a comunicação da sinalização a ser mais rápida”, mas depois haver controlo das taxas de resolução.
“Gostaríamos muito de poder participar num projeto dessa natureza e a EPIS estaria também disponível para investir e para apoiar o Estado”, avançou.

A EPIS tem já a experiência de uma rede de mediadores para o sucesso escolar, constituída por 40 elementos, que trabalham a tempo inteiro nas escolas com alunos de risco previamente identificados, sobretudo no 3.º Ciclo, quando se verifica o maior perigo de retenção e abandono escolar.

“Trabalhamos com os jovens para melhorarem e medimos as notas todos os períodos”, explicou, acrescentando que são envolvidos neste processo os parceiros locais.

No livro, com prefácio do ex-ministro da Educação David Justino, são incluídos dados estatísticos sobre a escolaridade em Portugal e casos reais de alunos abrangidos pelo projeto.
Entre 2007 e 2010, o projeto passou por 88 escolas e cerca de 30.000 alunos.

De acordo com David Justino, a criação da EPIS foi, em 2006, “uma das mais marcantes respostas ao desafio lançado pelo Presidente da República visando um compromisso dos portugueses para a inclusão social”.

Além de Diogo Pereira, assinam o livro Paulo Nossa, José Manuel Canavarro, Rita Vaz Pinto e Luísa Mantas.

Os autores consideram que perante a deteção de cenários de elevado absentismo escolar, os mecanismos colocados ao dispor da escola são “morosos e de reduzida eficácia”.

In:
Público online

Programa EDP Solidária 2012


Período de candidaturas decorre até dia 10 de fevereiro de 2012

A Fundação EDP tem abertas as candidaturas para 9ª edição do Programa EDP Solidária, uma iniciativa anual que apoia projetos que têm como objetivos a melhoria da qualidade de vida, em particular, de pessoas socialmente desfavorecidas, a integração de comunidades em risco de exclusão social e a promoção do empreendedorismo social.

Em 2012, este programa conta com uma linha de apoio global de€500 mil.

Fonte: Sítio Web EDP

Podem candidatar-se ao programa todas as entidades nacionais sem fins lucrativos, designadamente instituições de solidariedade social ou organizações não governamentais legalmente constituídas como associações, cooperativas, federações ou confederações. São ainda aceites candidaturas apresentadas por entidades agrupadas num projeto comum.

O número de pessoas abrangidas, a transversalidade geográfica, a sustentabilidade e o caráter inovador do projeto são alguns dos critérios preferenciais que serão analisados pelo júri.

O Programa EDP Solidária foi criado em 2004, no âmbito do atividade da Fundação EDP na área da inovação social e com uma lógica de capacitação do terceiro setor. Desde então, já foram alvo de apoio mais de 100 projetos em todo o território nacional, permitindo beneficiar diretamente mais de 650 mil pessoas.

Consulte o Regulamento

Os resultados deverão ser anunciados no decurso do mês de maio.

Para eventuais esclarecimentos, contacte-nos através do endereço eletrónico: edpsolidaria@edp.pt

In: Rede Solidária

O que é o autismo? Conferência muito interessante

Temple Grandin, diagnosticada autista quando criança, fala sobre como a sua mente funciona - e compartilha a sua habilidade de "pensar em imagens", que a auxilia a resolver problemas que os cérebros chamados normais podem não conseguir. Ela defende que o mundo necessita de pessoas que se situam no espectro autista: pensadores visuais, pensadores em padrões, pensadores verbais, e todos os tipos de crianças inteligentes.

Inovadora ortótese ativa para o tornozelo de indivíduos com mobilidade reduzida

(...) O DACHOR é um projeto do programa MIT Portugal, liderado por Miguel Tavares da Silva (IST) e que envolve Paulo Flores (Departamento de Engenharia Mecânica da UMinho), Carlos Vasconcelos e Jorge Martins (IST), Paulo Melo, Dava Newman e Hugh Herr (MIT). A inovação irá providenciar não só um suporte para patologias da marcha, mas também promover a reabilitação do aparelho musculosquelético. Esta característica deve-se à natureza híbrida da ortótese, que tem uma componente de atuação mecânica externa e uma componente de estimulação elétrica funcional.

“Consideramos que este projeto vai melhorar a qualidade de vida de pessoas com mobilidade reduzida e ajudar à sua integração na sociedade”, refere o professor Paulo Flores, que é também investigador do Centro de Tecnologias Mecânicas e de Materiais (CT2M) da UMinho.

A equipa do DACHOR espera que as inovações contribuam para uma melhoria da marcha, reabilitação muscular, aumento da autonomia, diminuição do consumo energético, tamanho e peso dos atuadores externos. Para o efeito, o projeto baseia-se em metodologias de dinâmica multicorpo, para modelar e otimizar a marcha humana patológica, e também em arquiteturas adaptativas de controlo inteligente de ambos os tipos de atuação. A Associação Salvador é uma entidade sem fins lucrativos que zela pela conquista dos interesses e direitos das pessoas com mobilidade reduzida, em especial dos portadores de deficiência motora.

In: Ciência Hoje

ANACOM lança Guia para Utilizadores com Necessidades Especiais

Destinado a utilizadores com necessidades especiais, o presente Guia tem como objetivo dar a conhecer os equipamentos e funcionalidades nos serviços de telefone fixo, telemóvel e Internet atualmente disponíveis em Portugal, especificamente desenvolvidos para responder às suas necessidades, bem como aqueles que, sendo de utilização generalizada, podem ter especial interesse para estes utilizadores.


Aqui vai encontrar informação útil sobre:
- equipamentos, funcionalidades e serviços de telefone fixo, telemóvel e Internet;
- serviços de informação e apoio ao cliente, faturação e listas telefónicas;
- preços especiais.


Consulte o
Guia em HTML


Pode igualmente ser solicitado em Braille, Caracteres Ampliados para o endereço fatima.meireles@anacom.pt.
In:
Rede Solidária

Células estaminais da retina poderão curar cegueira

 Sob a retina do olho humano estão escondidas células estaminais neurais que poderão vir a trazer a cura para problemas como a cegueira, além de ajudarem numa série de tratamentos médicos.

A descoberta foi feita por investigadores norte-americanos do Neural Stem Cell Institute, parte integrante da Regenerative Research Foundation sediada em Albany, Nova Iorque, adianta o LiveScience.

De acordo com os especialistas envolvidos na investigação, debaixo da retina existe uma camada externa, denominada Epitélio de Pigmento da Retina (RPE, em inglês), que contém "células multipotentes", capazes de se transformarem em células de outros tecidos, como tecido adiposo ou nervoso.

  Os cientistas estudaram as propriedades das células do RPE em adultos com idades compreendidas entre os 22 e os 29 anos. Estas células foram cultivadas em laboratório e 90% maturaram, sendo que apenas 10% ficaram inativas.

 Ao tratarem-nas com componentes químicos, os investigadores constataram que as células estaminais neurais se transformaram em diferentes tipos de célula, consoante a necessidade, o que abre, pelo menos, dois horizontes de esperança para o futuro.

 Descoberta abre novos horizontes

  Em primeiro lugar, o achado poderá vir a proporcionar uma forma de tratar mais eficazmente as doenças no próprio epitélio da retina, que em última instância podem provocar cegueira.

  Além disso, a extração de células estaminais dos olhos poderá permitir que estas sejam novamente injectadas noutros tecidos do corpo humano com vista ao tratamento de doenças degenerativas que afetem diversas partes do organismo.

  Contudo, para confirmar essa possibilidade, os cientistas terão ainda de descobrir como maturar uma célula do RPE no corpo humano sem necessidade de manipulação artificial, o que constitui o próximo desafio da investigação.

  "São células um pouco diferentes das células estaminais neurais que já tinham sido descobertas, tendo em conta o tipo de células que conseguem produzir", explicou Sally Temple, uma das investigadoras. "Trata-se de um tipo verdadeiramente único de células", acrescentou.

  Para já os investigadores estão ainda a trabalhar de modo a compreender a capacidade destas células de se converterem em diferentes tipos - mais especificamente, em que tipos de células conseguem tornar-se.


In:
Boas Notícias

Curso de Formação em Boccia

Decorrerá, no próximo dia 03 de fevereiro, o Curso de Formação em Boccia no âmbito do Programa do Desporto Escolar.


Esta iniciativa, promovida pela Direção Regional de Educação do Centro, em colaboração com o Gabinete Coordenador do Desporto Escolar e com a Associação de Paralisia Cerebral de Viseu, destina-se não só aos professores com Grupos/Equipa de Boccia, mas também a todos aqueles que no contexto escolar estão ligados às atividades destinadas aos alunos com necessidades educativas especiais.

 Dirigida prioritariamente para Professores/Responsáveis com (1) experiência profissional de intervenção prática, e/ou (2) com formação básica/inicial, e/ou (3) com Grupos/Equipa de Boccia de Desporto Escolar com o objetivo de aperfeiçoamento no ensino/treino na modalidade de Boccia para alunos com deficiência/Incapacidade, alunos com necessidades educativas especiais (NEE) e alunos sem NEE e/ou deficiência/incapacidade.

 A Formação visa, também, dotar os profissionais de competências e de instrumentos com vista a participação em eventos desportivos no ano letivo 2011-2012, nomeadamente, no âmbito do Desporto Escolar (Local, Regional e Nacional).

As inscrição deverão ser enviadas até 27 de janeiro, através de E-mail, para: jorge.vilela@dgidc.min-edu.pt.

 Dados a enviar: Nome, Habilitações, Profissão, Entidade, Telemóvel.



In: DREC

O 'designer' que trouxe mais cores à vida dos daltónicos




Miguel Neiva criou um sistema universal de identificação de cores que permite aos daltónicos superar as dificuldades do dia a dia.


São essencialmente homens. Veem a cores, mas com as suas cores. Têm dificuldades em conjugar roupa e até uma partida de Uno pode ser um problema. A disfunção que têm é conhecida por daltonismo e, apesar de não ter cura, os daltónicos podem agora respirar de alívio. Em causa está uma invenção portuguesa que atribui um símbolo a cada uma das cores primárias, e as restantes são etiquetadas com símbolos que resultam da mistura dos símbolos primários.
A empresa responsável por esta inovação é a Coloradd e os resultados foram já aplicados em alguns dos piores quebra-cabeças para daltónicos. O sistema de triagem do Hospital de São João que é feito por cores, as linhas do metro do Porto ou até mesmo os lápis de cor da Viarco são alguns desses exemplos de aplicação do sistema universal de identificação de cores.
Para Miguel Neiva, designer e criador deste novo código, o sucesso da ideia está para além do esperado. "Como designer, procurei apenas um tema para a tese de mestrado que pudesse contribuir para o conceito de design inclusivo e por isso lembrei-me destas pessoas que são discriminadas diariamente por algo que não é visível a olho nu e de que não têm culpa", adverte.
A ideia é simples: cada uma das cores primárias - amarelo, vermelho e azul - tem um símbolo próprio. As imagens que identificam as restantes cores provêm da junção dos símbolos das cores primárias que lhes dão origem. Na prática, o verde é identificado por uma imagem que corresponde à junção do símbolo do amarelo com o do azul.
Ainda que em muitos casos os daltónicos não sintam grande discriminação, este designer diz ter conhecimento de histórias terríveis a esse nível.
"Não podemos esquecer que este problema, que atinge cerca de 10% da população masculina, significa em alguns casos muita violência psicológica", diz, adiantando que quem vê um cego mal vestido atribui o episódio ao seu problema visual mas quem vê um daltónico mal vestido justifica-o com "o mau gosto daquela pessoa".
"Num dos muitos depoimentos que recebi, um padre contou-me que só passou a ter paz quando começou a usar a batina, porque assim deixou de correr o risco de andar mal vestido e de ser gozado pelos outros", revelou o criador deste código universal.
Esta disfunção, vulgarmente conhecida por daltonismo - alusão a John Dalton, o ciêntista que estudou o porquê de confundir as cores -, por motivos genéticos, raramente atinge mulheres. Estima-se que só 2% do total de daltónicos sejam mulheres.
Apesar da pouca expressão percentual, existem no mundo inteiro milhões de daltónicos que poderão ser beneficiados com este código. Para o autor deste sistema o exemplo mais flagrante é o mercado de roupa no Brasil, onde todos os anos saem dos bolsos de daltónicos cerca de 13 milhares de milhões de reais, mais de cinco mil milhões de euros.
É por isso que Miguel Neiva ganhou o reconhecimento da comunidade científica, que até hoje havia sido incapaz de arranjar uma solução para quem confunde as cores.
O estudo durou cerca de oito anos e houve desde o início uma grande preocupação com a universalidade do código.
Por oposição a sistemas como o braille, este novo código será igual em todos os países. "Há já interesse de alguns grupos em que este código de cores seja utilizado pelos cegos visto que, em braille, as cores se escrevem de forma diferente de país para país. O objetivo do também sócio maioritário da Coloradd é que cada peça de roupa, cada sinal de trânsito, cada lápis de cor seja acompanhado deste código. A partir daí, basta que os daltónicos conheçam os símbolos para que possam começar a ver as tonalidades que deveriam ver no dia a dia, mas que, dado o seu problema, lhes passam ao lado. 

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Linha de brinquedos portugueses para crianças invisuais

São brinquedos coloridos, com texturas e materiais diferentes que foram concebidos “expressamente a pensar em crianças com dificuldades visuais”, explica Leonor Pereira, mestre em Engenharia Têxtil pela Universidade do Minho (UMinho), que desenvolveu a dissertação «Design Inclusivo: Tocar para Ver – Brinquedos para Crianças Cegas e de Baixa Visão».

Esta linha de divertimentos infantis visa ajudar as crianças a interagir de forma saudável com os restantes colegas. “É incluí-las a todos os níveis, proporcionar-lhes maneiras de brincar, conviver e interagir entre as duas realidades”, explica. Não basta criar peças de ‘design’ por si só, esclarece Leonor Pereira, que é professora do ensino básico há vários anos. O objectivo principal é conceber produtos com qualidade estética e táctil, que visa proporcionar uma maior integração das crianças com problemas visuais no meio envolvente.

O desenvolvimento da motricidade fina e da percepção de texturas por parte das crianças envolvidas é notório: “São brinquedos que elas podem explorar com as mãos, descobrindo as diferentes texturas, reconhecendo as formas, os pormenores, as semelhanças e as diferenças, bem como estimular a coordenação e a integração dos sentidos”.

Estas peças foram testadas por crianças de um jardim-de-infância do distrito de Aveiro, com idades compreendidas entre os três e seis anos. O feedback foi “muito positivo” e os resultados decorrentes desta nova forma de inclusão social foram vantajosos: “A interacção entre as crianças foi extremamente engraçada e enriquecedor verificar que elas perceberam o sentido da brincadeira e partilharam a mesma experiência que as restantes”, certifica a professora.

As peças foram construídas com base nas texturas, relevos e cores recorrendo, por isso, a diferentes malhas e bordados, perceptíveis através do tacto. Leonor Pereira aproveita para referir a escassez de brinquedos adaptados, obrigando os educadores a construir do zero objectos didácticos, sem terem muitas vezes formação para tal. A comercialização é uma possibilidade: “Ficamos com uma forte vontade de concretizar este projecto e torná-lo mais real, à disposição de todos”, assinalou ainda.

A pouca formação dos professores relativamente à educação especial é uma das críticas apontadas pela antiga aluna da UMinho. “É muito difícil conseguirmos perceber as necessidades das crianças cegas, autistas ou surdas. Temos sempre o apoio dos professores do ensino especial, que trabalham especificamente com eles, mas nem sempre é suficiente”, explica.

A formação inicial, a aposta em equipamentos e a adaptação dos espaços nas escolas são algumas das sugestões. Esta não é, segundo Leonor Pereira, uma sociedade completamente inclusiva, porque ainda há muitas barreiras: “As crianças com deficiências não usufruem das mesmas oportunidades do que as restantes”, conclui.